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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Fogo: Tolerância zero

Queimada no norte de Mato Grosso (foto:IBAMA)

O fogo que assola o sul da Amazônia e o Cerrado brasileiros representa o maior desastre ambiental jamais visto neste país. A Amazônia – a maior floresta tropical contínua contida em um único país - detem os mais altos índices de biodiversidade do mundo. E o Cerrado, a segunda maior vegetação brasileira, hoje reduzida à 20% e berço das maiores bacias hidrográficas da América do Sul, está sofrendo o descaso dos governantes e da sociedade brasileira.

Só o estado de Mato Grosso teve um aumento de 840% no índice de queimadas se compararmos os dados de agosto de 2009 com agosto de 2010.

Enquanto isso, a propaganda eleitoral do governo Lula corre solta, pintando o progresso alcançado em seu governo de “cor de rosa” e de grandes feitos. Nenhuma providência de longo prazo e de efetivo alcance é tomada para fazer frente ao desastre do fogo.

As conseqüências que estamos assistindo compreendem o envenenamento por gases tóxicos, comprometendo a saúde de milhares de pessoas, que lotam os postos de saúde; as mortes causadas por acidentes com trabalhadores despreparados e patrões irresponsáveis; a paralisação da economia de cidades inteiras, como Marcelândia/MT e o conseqüente gasto governamental para a recuperação destas cidades; a perda da fertilidade do solo, que mata os microorganismos, responsáveis pela fertilização.

A revolta dos cidadãos de bem que habitam o sul da região amazônica e o Cerrado é simplesmente ignorada pelo governo deste país.

Alguns fatores explicam este desastre. Os órgãos governamentais continuam emitindo licença para a queimada depois da primeira chuva. Isso deveria ser terminantemente abolido, como o é em alguns estados brasileiros, pois esta atitude gera a idéia de que o fogo é aceito pelas autoridades, quando os governantes deveriam acabar com o uso do fogo e educar a população. Temos também o efeito Aldo Rebelo – o chamado “ruralista comunista” - que deseja criar um clima de lassidão das regras ambientais e de que no final se dará um “jeitinho” para as leis que eles desejam mudar.

Há ainda os que usam o fogo, criminoso ou com “licença” para limpeza de pastagens, de canaviais, assentamentos, derrubada de florestas, além de quintais domésticos. Os incendiários e ruralistas, inimigos dos parques e de áreas protegidas, que aproveitaram o ano eleitoral para descarregar toda a sua raiva contra as unidades de conservação, sejam elas federais, estaduais ou Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), com um simples acender de um fósforo. Para piorar, este tem sido o ano mais seco dos últimos tempos, já previsto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), e para o qual o governo não se preparou, impedindo as contratações de brigadas, por ser um ano eleitoral. Soma-se a tudo isso a ausência de polícia e fiscalização nos municípios; a ausência de brigada florestal. As unidades de Corpo de Bombeiro atendem somente as cidades, isto quando existem no interior do Brasil.


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